10 dicas para parar de beber álcool por conta própria

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Abandonar o álcool não é um passeio no parque, mas também não é uma missão impossível. Se você está decidido a se despedir dos drinks extras, daquele vinho “casual” que tem se tornado muito frequente, trago para você uma lista de dez dicas para parar de beber por conta própria.

Dicas para parar de consumir álcool por conta própria

Sem desvios, sem sessões de terapia que esvaziem o bolso (embora uma ajudinha profissional seja sempre útil se achar necessário) e, acima de tudo, sem esperar o momento perfeito chegar para fazê-lo (spoiler: esse momento perfeito não existe ). Então aqui Apresento a você 10 dicas básicas para ajudá-lo a parar de beber álcool por conta própria, sem ajuda.

1. Elimine o álcool de sua casa e do ambiente

Vamos direto ao ponto: se você tem álcool em casa, você está brincando com fogo. É como querer parar de fumar e ter sempre um maço à mão, te tentando. Então que tal começar retirando todas as garrafas que você tem em casa? E não vale a pena escondê-los naquele armário onde você guarda coisas que nunca usa, porque a única coisa que você fará é aumentar a tentação. Você tem que ser radical.

Eu sei que te deram aquele vinho de aniversário ou que você tem um whisky especial “para visitantes”, mas sejamos sinceros: os visitantes não precisam de uma taça para desfrutar da sua companhia, e você também não. Criar um ambiente sem álcool é o primeiro passo para reduzir os desejos.

Pense assim: se você abrir a geladeira e tudo o que encontrar for refrigerante ou água com gás, bem, adivinhe, você não tem escolha a não ser beber algo que não lhe dê ressaca no dia seguinte.

2. Acompanhe o seu consumo

Um caderno e uma caneta podem ser seus melhores aliados. Oh sério! O simples ato de anotar quantas vezes por dia você pensa em beber pode revelar mais do que você imagina. O que causa isso? É aquela série da Netflix que você sempre acompanha com uma cerveja? Ou aquele amigo que insiste que “uma bengala nunca faz mal a ninguém”?

Ao manter um diário de seus impulsos, você descobrirá aqueles padrões invisíveis que o empurram para o vidro. Com essas informações em mãos, você será como um detetive em busca do culpado e, acredite, ficará surpreso com quantas coisas podem ser evitadas com um pouco de consciência.

Você não precisa criar um Excel detalhado (a menos que você seja uma daquelas pessoas que precisa de tudo ultraorganizado), mas precisa anotar o essencial: Quanto você queria beber hoje, o que causou isso e, o mais importante, como você se sentiu?. Isso o ajudará a ver se o álcool atende a alguma necessidade emocional. E é aí, meu amigo, que começa o verdadeiro trabalho.

3. Mude sua rotina diária

Isto é fundamental. As rotinas são como estradas mentais: se todos os dias você passa pela mesma rotatória às 20h e acaba no mesmo bar de sempre, bom, já sabemos como o filme termina. O truque é desviar esse caminho automático. Se o seu dia termina sempre com um copo de vinho na mão enquanto vê televisão, considere uma alternativa: dar um passeio, preparar um bom chá ou até ler um livro.

Nas primeiras vezes você sentirá que falta alguma coisa, mas é normal. É como trocar o café por infusões: no início não tem o mesmo sabor, mas com o tempo você se acostuma e descobre que dá para viver perfeitamente sem ele.

A questão é que seu cérebro precisa de novas associações. Se você associa toda sexta-feira à noite a sair para beber com os amigos, que tal transformar as sextas-feiras em noite de cinema em casa ou tarde de academia? Crie novos hábitos que não precisem de álcool para serem divertidos.

4. Evite locais e situações de risco

Vejamos, se você sabe que em determinado bar vão encher seu copo sem nem perguntar se você quer, o que você está fazendo aí? Abandonar o álcool é muito mais fácil quando você não se coloca em situações em que é pressionado a beber.

E não é que você tenha que virar eremita e deixar de ver os amigos, mas é aconselhável que, pelo menos por um tempo, evite aqueles lugares onde o álcool é quase obrigatório. Quer dizer, aqueles bares onde todo mundo olha para você com estranheza se você pedir uma água com gás em vez de uma cerveja.

Se seus amigos são do tipo que não sabem se divertir sem uma bebida na mão, talvez seja hora de pensar em novas maneiras de passar o tempo com eles. Que tal uma caminhada em vez de um encontro no pub? Mudar de ambiente pode ser uma das melhores decisões que você toma.

5. Comprometa-se publicamente

Aí vem a parte que assusta muitos de nós: dizer aos outros que vamos parar de beber. E sim, é um pouco vertiginoso porque você não quer ser visto como se fosse o desmancha-prazeres do grupo, mas é importante que você faça isso. Quando você diz em voz alta que está abandonando o álcool, de repente todos estão prestando atenção, e isso cria um compromisso real.

Conte para seus amigos, sua família, seu parceiro. Quanto mais você comunicar isso, mais difícil será recuar sem ser perguntado “o que aconteceu?” Além disso, ter o apoio das pessoas ao seu redor pode fazer uma grande diferença, especialmente nos momentos em que você sente que pode ter uma recaída. Eles estarão lá para lembrá-lo por que você tomou essa decisão.

6. Substitua as bebidas alcoólicas por alternativas não alcoólicas

Vejamos, não se trata apenas de engolir litros de água toda vez que estiver com sede. O truque é encontrar bebidas que você realmente goste e que não façam você sentir que está perdendo. Água com gás com suco de limão, chá gelado ou até mesmo aqueles mocktails que têm nomes tão chiques. Assim, quando você sair, poderá pedir algo que realmente goste sem precisar recorrer ao álcool.

É uma estratégia simples, mas eficaz: ter algo em mãos enquanto você socializa irá ajudá-lo a se sentir mais confortável em situações em que, de outra forma, você ficaria tentado a pedir o de sempre.

7. Mantenha-se ocupado

A mente ociosa é o pior inimigo quando você está tentando abandonar o álcool. O segredo aqui é preencher sua agenda com atividades que o mantenham distraído e entretido, principalmente nos momentos em que você mais quer beber.

Você pode tentar fazer exercícios, ler aquele livro que abandonou na mesa de cabeceira, aprender algo novo ou voltar aos hobbies que havia deixado de lado. A ideia é que quanto mais ocupado você estiver, menos tempo terá para pensar no que não pode (ou não deve) fazer.

Além disso, pense em todas aquelas coisas que o álcool o impediu de fazer! O tempo que você passava bebendo e se recuperando de uma ressaca agora pode ser gasto em coisas que realmente fazem você se sentir bem e orgulhoso.

8. Recompense suas conquistas

Dar um tapinha nas costas não é ruim. Na verdade, é absolutamente necessário. Cada vez que você passar uma semana, um mês ou qualquer tempo que definir para si mesmo sem beber, recompense-se. E não, não vale a pena se recompensar com um copo “só dessa vez”. Trata-se de encontrar outras recompensas: uma massagem, um dia de compras, uma viagem de fim de semana. Tudo o que faz você se sentir bem e não está relacionado ao álcool.

Reconhecer suas conquistas é essencial para se manter motivado. Não pense que “uma semana não é nada”. Cada passo conta e cada pequeno triunfo é a prova de que você consegue.

9. Gerencie suas emoções

O álcool costuma ser uma fuga fácil quando as emoções se tornam difíceis de controlar. Mas adivinhe, enfrentá-los sem anestesia líquida é uma das melhores coisas que você pode fazer por si mesmo. Quando você se sentir triste, ansioso ou apenas estressado, tente outras maneiras de canalizar esses sentimentos. Dê um passeio, escreva em um diário, ouça músicas que te façam sentir bem ou converse com alguém em quem você confia.

O truque aqui é aprender a estar presente com o que você sente, em vez de encobrir isso com álcool. E claro, é desconfortável no começo, mas aos poucos você perceberá que as emoções vêm e vão, e que você não precisa de álcool para lidar com elas.

10. Tenha um plano para recaídas

Recaída? Vamos ver, se acontecer, não afunde. Você tem que evitar a recaída a todo custo, mas também tem que saber o que fazer quando isso acontecer de qualquer maneira. Se você cometer um deslize, em vez de se culpar, tente analisar o que o levou a beber. Que situação fez você cair? Como você poderia ter agido de forma diferente? Ao ter um planejamento para esses momentos, fica mais fácil se levantar e seguir em frente.

A questão é que você não se concentra no fato de que você teve uma recaída “porque não tem força de vontade”, mas sim que você teve uma recaída porque saiu com seus amigos que bebiam sem ter dito a eles que não bebe mais álcool, ou que você teve alguns dias de bebedeira, ansiedade que o tornou mais vulnerável à recaída. Essas explicações são mais úteis porque permitem que você se concentre em comportamentos específicos a serem mudados para evitar recaídas da mesma forma (você não precisa tropeçar duas vezes na mesma pedra).

Lembre-se de que abandonar o álcool é um processo, não um evento único. As recaídas não significam que você fracassou, mas sim que está aprendendo a enfrentar a vida sem álcool. A propósito, meu nome é Luís Miguel Reale sou um psicólogo especializado em dependência química que passou anos ajudando centenas de pessoas a parar de beber álcool (e a viver felizes sem esse veneno).

E embora seja possível abandonar o álcool sem ajuda, geralmente é muito mais difícil (e longo e doloroso) do que quando feito com ajuda. E é disso que se trata fazer terapia, ajudar você a colocar em prática todos esses passos que expliquei neste artigo (e muitos mais que só serão aplicáveis ​​​​ao seu caso específico).

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