Síndrome de Boreout: tédio no trabalho

Como já referimos no artigo ‘Burnout: como detectá-lo e agir’, o stress e a satisfação profissional tornaram-se um factor importante nas últimas décadas no contexto laboral. O Burnout está entre os problemas mais difíceis no domínio da segurança e saúde no trabalho, uma vez que afeta significativamente as pessoas e as organizações. Tédio no trabalho
Síndrome de Boreout: tédio no trabalho

Como já referimos no artigo ‘Burnout: como detectá-lo e agir’, o stress e a satisfação profissional tornaram-se um factor importante nas últimas décadas no contexto laboral.

O Burnout está entre os problemas mais difíceis no domínio da segurança e saúde no trabalho, uma vez que afeta significativamente as pessoas e as organizações.

Tédio no trabalho e saúde ocupacional

Nos últimos anos, especialistas em saúde ocupacional alertam para outro fenómeno que tem um impacto negativo no bem-estar de muitos trabalhadores, o “Síndrome de boreout”. Esta síndrome, cunhada por Philippe Rothlin e Peter R. Werder em 2007, é o oposto de “burnout” e é caracterizada por “tédio crónico”. Burnout e Boreout são extremos opostos de um continuum, mas ambos são igualmente prejudicial à saúde dos trabalhadoresOu seja, são duas faces da mesma moeda.

Embora muitos possam pensar que não fazer nada no trabalho é a realização de um sonho, a realidade é totalmente diferente: a obrigação de ficar horas no trabalho sem saber o que fazer é uma situação desmoralizante. Além disso, a Síndrome de Boreout pode desencadear o que os especialistas em recursos humanos chamam de “presenteísmo no local de trabalho”.

Um estudo realizado por Dan Malachowski concluiu que 33% dos entrevistados acreditavam que seu trabalho não apresentou nenhum desafio e que gastavam em média duas horas por dia para matar o tempo nas redes sociais. A mesma pesquisa afirmou que 15% dos funcionários de escritório em todo o mundo consideram o seu trabalho chato. Outra pesquisa, desta vez da consultoria TMI, descobriu que 80% dos funcionários não se sentiam envolvidos no seu trabalho, eram indiferentes aos sucessos e fracassos da sua organização.

Como essa síndrome se manifesta?

O Boreout tem 3 características que Philippe Rothlin e Peter R. Werder descrevem em seu livro “The New Workplace Boreout Syndrome” publicado em 2009.

1. Subdemanda, com tarefas repetitivas e monótonas. Execute tarefas sem sentido. Dá a sensação de poder realizar ou não estar dando tudo o que se pode dar. Sensação de estar perdido.

2. Tédiodefinido como um clima de relutância, apatia e dúvida porque o funcionário não sabe o que fazer durante o dia.

3. Desinteressepor falta de identificação com o trabalho

As causas do Boreout

Segundo os mesmos autores, esta síndrome ocorre por vários motivos:

  • Cumprimento de tarefas capacidades abaixo do funcionário

  • O trabalhador está num trabalho que não produz grande motivação ou tem expectativas que diferem da posição em que você está.

  • Falta de planejamento ou falta de especificação de função do trabalho, o que pode produzir ambigüidade de papéis.

  • Acumulação de tarefas mais motivador por superiores ou colegas com mais antiguidade, deixando o mais repetitivo para o resto.

  • Realização de tarefas monótonas todos os dias e por horas.

  • O estrutura organizada ou o estilo de liderança que impede os trabalhadores de participar ou desenvolver o seu potencial dentro da empresa.

  • Impossibilidade de promoção o aumento de salário e falta de estimulação qualquer reconhecimento pelos seus superiores, portanto o esforço no trabalho não está associado aos resultados obtidos. No longo prazo, ocorre o desamparo aprendido.

  • Superqualificação em conhecimento ou experiência para um trabalho, o que pode levar à insatisfação no trabalho.

Prevenção de boreout

O Fundação para a Prevenção de Riscos Laborais e ele Observatório de Riscos Psicossociais da UGT Eles recomendam os seguintes pontos para prevenir o Boreout nos trabalhadores:

  • Melhorar o ambiente de trabalho promovendo o trabalho em equipe.

  • Aumente o grau de autonomia e controle no trabalho.

  • Defina claramente o funções e ele papel de cada trabalhador da organização.

  • Estabeleça linhas claras de autoridade em responsabilidade.

  • Facilite o recursos necessários para o correto desenvolvimento da atividade.

  • Programas destinados a aquisição e habilidade na melhoria do controle emocional e na resolução de problemas.

  • Melhorar o redes de comunicação e promover a participação dos trabalhadores na organização.

  • Incentive o horário flexível.

  • Facilidade treinamento e informação sobre o trabalho a ser desenvolvido.

Conclusões

Embora possa parecer que o funcionário que sofre de Boreout é simplesmente preguiçoso, na realidade é uma falha na política de recursos humanos da empresa. Boas práticas de gestão de pessoas são importantes para o desenvolvimento futuro deste fenômeno entre os colaboradores. Desta forma, um correto processo de seleção permitirá a incorporação de um candidato adequado e terá impacto no seu desempenho futuro. Quando falamos em um processo seletivo correto, estamos falando de um processo que leva em consideração tanto as necessidades do cargo, quanto as necessidades do trabalhador e as necessidades da organização.

Uma boa Gestão de Pessoas Implica ter as cargas de trabalho atualizadas em função do tipo de tarefas que se realizam e tendo em conta a importância do líder na hora de minimizar o impacto do Boreout na empresa. É garantia de saúde na empresa manter trabalhador motivado e ser capaz de influenciar a sua actividade de uma forma positiva.

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