O conceito de “poliamor”, juntamente com outras formas de relacionamentos consensuais não monogâmicos, ganhou popularidade nos últimos tempos. Ser mais visível também expôs esse tipo de relacionamento a julgamentos baseados em ignorância, mitos ou ideias pré-concebidas que nem sempre se enquadram na realidade.
Pode haver tantos modelos de relacionamento quantas pessoas, desde que haja consenso entre todas as partes envolvidas. Neste artigo falaremos sobre poliamor: veremos o que é e quais são os principais mitos que o cercam. Além disso, nos aprofundaremos os desafios enfrentados pelas pessoas que praticam o poliamor.
O que é poliamor?
O poliamor é uma prática relacional dentro da não monogamia consensual. Quer dizer, As pessoas que optam por essa forma de se relacionar podem ter múltiplos relacionamentos, sejam eles sexuais ou afetivos., contando sempre com o consentimento e conhecimento de todas as partes envolvidas. Este último ponto é básico.
O poliamor não é a única forma de relacionamento não monogâmico, mas existem outras possibilidades. Cada um deles tem características próprias e se baseia em acordos distintos. As pessoas envolvidas devem se informar e avaliar qual a melhor opção para elas. Uma vez claras as necessidades individuais, deve-se chegar a um consenso com seus vínculos.
O poliamor estabelece diversos vínculos, sexuais ou emocionais, baseados na comunicação aberta, na honestidade, na confiança, no respeito e no consentimento informado entre as partes envolvidas. É assim que se estabelecem as bases e acordos para estabelecer outras relações.
Tradicionalmente, na nossa sociedade o modelo relacional estabelecido tem sido a monogamia.. Isto, sem dúvida, contribui para a geração de equívocos, mitos e julgamentos relacionados ao poliamor que levam à falta de reconhecimento e validação deste modelo relacional.
Compersão: o que é e como se relaciona com o poliamor?
O termo “compressão” refere-se à felicidade que uma pessoa sente ao se deparar com a felicidade vivenciada por outra pessoa. Este conceito é considerado fundamental nas relações não monogâmicas e pode ser de grande ajuda no enfrentamento dos diversos desafios que podem surgir em determinadas situações.
Mitos associados ao poliamor
Muitas pessoas consideram que o poliamor pode ser uma espécie de solução para certos problemas de relacionamento. Nada está mais longe da realidade. É importante ter em mente que este estilo relacional envolve trabalho por parte de todas as partes envolvidas. Sem dúvida podem surgir ciúmes, inseguranças e divergências quanto a critérios e limites.
Outro mito que pode ser ouvido é que As pessoas entram em relacionamentos poliamorosos porque estão insatisfeitas com seus relacionamentos monogâmicos.. Esta afirmação também não é adequada, uma vez que o estabelecimento de novos vínculos não implica necessariamente insatisfação com uma relação já estabelecida.
E, embora pudéssemos abordar muitos outros mitos, destacaremos que o poliamor muitas vezes está relacionado a pessoas confusas, pessoas com dificuldade de compromisso e/ou pessoas promíscuas. Novamente, generalizar nos leva ao erro.
Desafios enfrentados por pessoas poliamorosas
Por ser um estilo relacional que se afasta do que está socialmente estabelecido em nossa cultura, o poliamor não está isento de enfrentar certas situações complexas. Embora seja difícil considerá-los todos porque cada caso é diferente, as dificuldades mais comuns são mencionadas a seguir.
1. Desafios sociais
É inegável que as relações não monogâmicas, por serem até hoje minoritárias, recebem, em grande número de ocasiões, julgamentos externos. Pessoas que não estão corretamente informadas podem ter ideias preconcebidas e crenças errôneas, como vimos na seção sobre mitos. Falta de compreensão e apoio do meio ambiente Pode causar sérios danos emocionais.
2. Desafios jurídicos
É uma realidade que, atualmente, as relações poliamorosas se encontram numa situação complexa a nível jurídico. Na maioria dos países ainda não é legalmente reconhecido e isto pode ter consequências nas uniões (casamentos), na guarda dos filhos, nos direitos e benefícios legais. Esta situação também pode afetar gravemente as pessoas envolvidas a nível emocional.
3. Desafios individuais
A sociedade em que crescemos tem um peso importante no nosso desenvolvimento e, inevitavelmente, contribui para a interiorização de determinadas crenças e valores. Isto, além das próprias experiências vividas, Pode contribuir para o ciúme e a insegurança nesse tipo de relacionamento..
O trabalho individual é importante e está relacionado à comunicação assertiva, ao estabelecimento de limites e às técnicas de regulação emocional. Além disso, podem existir outros fatores interessantes como a gestão do tempo e dos recursos investidos em cada relacionamento.
4. Desafios relacionais
Quanto ao estabelecimento de vínculos, podem surgir dificuldades relacionadas à pactuação e pactuação de limites. Cada pessoa pode ter necessidades diferentes e é importante que você conheça seus próprios limites. Neste ponto, a questão da escuta ativa, da comunicação honesta, assertiva e constante, do respeito e da flexibilidade é fundamental.