Sentir-se inseguro no início de um relacionamento pode ser uma experiência comum. Um relacionamento é sempre uma situação nova que nos faz sentir uma certa vulnerabilidade. No entanto, É cada vez mais comum as pessoas sentirem muita insegurança no início de um relacionamento, como se fosse uma espécie de boicote. Não surge apenas a insegurança, mas também uma certa ansiedade, necessidade de aprovação e incerteza. Quais são as causas?
Na consulta psicológica costumo dizer que não há nada mais complicado que um relacionamento. Porque? Porque é uma experiência íntima que gostamos e que nos leva a uma forma de vínculo muito especial. Porém, não é uma experiência que possamos controlar (pois depende de outra pessoa), daí surgem os maiores medos e inseguranças.
Dentro do campo terapêutico é cada vez mais comum que as pessoas tenham esta dificuldade: muito medo e insegurança no início de um relacionamento, de modo que é difícil para eles construir relacionamentos positivos ao longo do tempo. Essas sensações nascem de dificuldades psicológicas e emocionais relacionadas a certas emoções e principalmente à autoestima (que se descobre de forma especial quando iniciamos um relacionamento).
Neste artigo vamos nos aprofundar nas causas psicológicas e emocionais que nos levam a esta dificuldade e, sobretudo, como resolvê-la de forma estável. Ou seja: não se trata de aplicar patches para se sentir bem por um tempo, mesmo que o problema volte mais tarde, mas sim de um aprendizado definitivo que o ajude a focar seus relacionamentos de uma maneira diferente e que dure no tempo (tanto para agora quanto para relacionamentos futuros).
Tudo o que vou lhe contar é baseado na experiência direta de consulta, com o objetivo de que você saiba quais são as chaves e possa aplicá-las no seu caso.
Começar um relacionamento: por que é tão difícil?
O início de um relacionamento pode ser uma experiência intensa, mas também incontrolável. Muitas vezes, relacionamentos passados influenciam a forma como lidamos com novas conexões emocionais. Isto gera uma necessidade quase automática de reduzir a incerteza, o que nos leva a tentar controlar a relação através de expectativas, exigências ou comparações. Sem perceber, esses comportamentos alimentam tanto a insegurança quanto a ansiedade.
Os problemas de comunicação muitas vezes desempenham um papel fundamental. Algumas pessoas tendem a evitar expressar o que sentem ou precisam, o que as faz parecer pouco assertivas e cria confusão. Pelo contrário, outros adotam uma abordagem excessivamente imperativa, exigindo constantemente que o relacionamento corra da maneira que desejam. Esse desequilíbrio comunicativo, motivado pelo medo do fracasso, intensifica as dificuldades iniciais.
Reconhecer essas dinâmicas é crucial. Se você se identifica com esses comportamentos, está dando um passo importante em direção à mudança. Sentir-se inseguro é comum, mas trabalhar nisso desde a raiz permitirá que você construa relacionamentos mais saudáveis.
Fases de um relacionamento
Todo relacionamento passa por uma série de fases que apresentam diferentes desafios emocionais e psicológicos. Vou citar um parágrafo do livro “Nem alto nem baixo, construa uma autoestima autêntica” (você pode encontrar este livro na Amazon). Neste caso é o capítulo 6, intitulado “Autoestima e relacionamentos”
“Nos relacionamentos, mas principalmente no relacionamento de casal, encontramos três fases bem diferenciadas: a dissolução, a luta dos egos e o encontro. A fase da dissolução é a que há de mais interessante, transcendente e mágica, e é fonte direta de tudo o que entendemos como romantismo Na primeira fase, sentimos que nos ‘dissolvemos’ na outra.
Para se conectar profundamente com uma pessoa, Compartilhamos tanto da nossa intimidade e vulnerabilidades, que dissolvemos parte do nosso ego ou máscara e aprendemos a fluir no outro e com o outro. Nos emocionamos, nossas emoções se agitam, encontramos o sentido da vida que parecia perdida. Mas esta fase não dura muito.
É precisamente durante esta fase inicial de dissolução que a incerteza é sentida com mais intensidade. Na nossa tentativa de controlá-lo, desenvolvemos mecanismos como a exigência de reciprocidade imediata ou a procura de segurança em atitudes externas. Identificar esses padrões é o primeiro passo para enfrentá-los.
Insegurança nos relacionamentos: principais causas
As causas da insegurança no início de um relacionamento não estão relacionadas apenas às experiências passadas, mas também à forma como mantemos determinados comportamentos no presente. Trabalhar no presente é fundamental para superar esta dificuldade de forma estável.
1. Dificuldades com medo e insegurança
O medo e a insegurança são emoções naturais quando iniciamos um relacionamento, mas muitas vezes aprendemos a dar-lhes muito peso através de nossas ações. Essas emoções se perpetuam porque tentamos evitá-las ou analisá-las demais, o que lhes confere mais valor. Esse aprendizado emocional pode ser revertido por meio de uma abordagem terapêutica que promova uma relação mais saudável com essas sensações.
2. Problemas de comunicação
A comunicação pouco assertiva ou excessivamente exigente pode desestabilizar tanto o relacionamento quanto o nosso próprio bem-estar emocional. É importante identificar como nos expressamos: tendemos a exigir demais ou a reprimir as nossas necessidades? Encontrar um equilíbrio na comunicação pode transformar a forma como nos relacionamos.
3. Abordagem errada da autoestima
A autoestima não consiste em nos valorizarmos mais ou menos, mas sim em estabelecer uma relação emocional funcional conosco. Quando nossa autoestima depende de fatores externos, como a validação do parceiro, nos sentimos mais vulneráveis. Esta abordagem equivocada é muitas vezes uma importante fonte de insegurança e desânimo. Estas causas, se não forem abordadas, podem dar a impressão de que não somos capazes de construir relacionamentos positivos. Porém, com terapia e aprendizado pessoal, é perfeitamente possível superar esses desafios.
Resolva a insegurança de forma estável
Superar a insegurança no início de um relacionamento requer uma abordagem terapêutica que proporcione resultados estáveis e duradouros. Para isso, é fundamental atuar nas seguintes áreas:
1. Entenda como gerenciamos nossas emoções agora
A gestão emocional é o pilar da mudança. Identificar como enfrentamos nossas emoções no presente nos dá as ferramentas para transformá-las. Este processo envolve refletir sobre nossos comportamentos automáticos e aprender estratégias para responder de forma mais consciente.
2. Trabalhe com foco
Concentrar-se em fatores que não podemos controlar cria sofrimento constante. Mudar esse padrão significa priorizar a própria vida: manter hobbies, cultivar amizades e evitar que o relacionamento consuma nossa identidade. Além disso, controlar a ansiedade é essencial para reduzir a insegurança.
3. Estabeleça um plano de ação
A mudança real requer um plano claro e estruturado. Isto inclui a identificação de objetivos específicos e passos concretos que nos levarão a um relacionamento mais equilibrado e seguro.
4. Trabalhe com todas as partes da personalidade
Não basta concentrar-se apenas nos problemas imediatos. É fundamental abordar aspectos como nossas crenças, autoestima, gestão emocional, comunicação e como nos relacionamos em geral. Este trabalho abrangente nos permite estabelecer mudanças profundas e sustentáveis.
5. Companhia constante
Um processo terapêutico eficaz requer suporte contínuo. Este apoio não está presente apenas durante as sessões, mas também no dia a dia.garantindo que você nunca se sinta sozinho em seu caminho para a mudança. Por isso, a minha forma de acompanhar é constante, todos os dias e sem limites de consulta, para que tenha ajuda e companhia a qualquer momento.
Dessa forma, poderemos abordar melhor o que você está sentindo e encontrar soluções. Também trabalhamos com ferramentas e sessões semanais, onde podemos nos aprofundar no que está acontecendo.
Se precisar de ajuda, você pode entrar em contato comigo em empowermenthumano.com ou no meu perfil de Psicologia e Mente. Contate-me e veremos a agenda de uma primeira sessão exploratória. Nesta sessão poderemos nos conhecer, aprofundar o seu caso e ver como podemos resolvê-lo.
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