É fácil para o conceito de Programação Neuro-Linguística gerar confusão. Em que se baseia? Quando é aplicado? Algumas ideias-chave para saber o que é PNL são explicadas a seguir.
O que é Programação Neurolinguística?
Steve Bavister e Amanda Vickers (2014) definem a Programação Neurolinguística como um modelo de comunicação que se concentra na identificação e utilização de modelos de pensamento que influenciam o comportamento de uma pessoa como forma de melhorar a qualidade e eficácia de vida.
Um problema da PNL é a natureza do seu nome, pois quando o termo Programação Neurolinguística é mencionado para pessoas que nunca ouviram falar dele, a reação costuma ser um pouco negativa. Por outro lado, o nome poderia sugerir que se trata de técnicas empíricas derivadas da neurociência, mas não há evidências que confirmem a sua eficácia.
Stephen Briers (2012) diz que a PNL não é realmente um tratamento coerente, mas sim “uma mistura de técnicas diferentes sem uma base teórica muito clara”. Este autor sustenta que a máxima da Programação Neurolinguística é narcisista, egocêntrica e dissociada de noções de responsabilidade.
Além disso, ele afirma que “às vezes temos que aceitar e lamentar a morte dos nossos sonhos, e não apenas ocasionalmente rejeitá-los como inconsequentes. A reformulação da PNL nos coloca no papel de um viúvo, evitando a dor do luto ao dar um salto em direção a um relacionamento com uma mulher mais jovem, sem parar para se despedir adequadamente de sua falecida esposa.”
Em que enfoca o modelo de Programação Neurolinguística?
O mundo é experimentado através de cinco sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar. Muitas informações chegam até nós continuamente; consciente e inconscientemente eliminamos aquilo que não queremos prestar atenção. Eles nos dizem que as informações restantes são baseadas em nossas experiências, valores e crenças anteriores. O que acabamos é incompleto e impreciso, uma vez que parte da informação geral foi eliminada e o resto foi generalizado ou distorcido.
Em que se baseia a PNL?
O mais importante para se ter uma visão do que é a Programação Neurolinguística é saber que ela se baseia em quatro aspectos fundamentais, que são conhecidos como os “quatro pilares”, segundo Steve Bavister e Amanda Vickers (2014).
1. Resultados
Para alcançar algo, falamos de objetivos, na PNL utiliza-se o termo resultados. Se houver uma concentração prévia no que se deseja alcançar, haverá um guia que direcionará todos os recursos à disposição daquela pessoa para atingir um objetivo.
2. Acuidade sensorial
A acuidade sensorial refere-se à capacidade de observar ou detectar pequenos detalhes para ter consciência do que está acontecendo ao nosso redor. As pessoas variam muito na consciência do que veem, ouvem ou sentem. Há pessoas que se dedicam a observar mais o que está ao seu redor, enquanto outras prestam mais atenção às próprias emoções e pensamentos.
3. Flexibilidade de comportamento
Quando você começa a saber quais são seus resultados e usa sua acuidade sensorial para observar o que está acontecendo, as informações que você obtém permitem que você faça ajustes em seu comportamento, se necessário. Se as ações que você realiza não o levam na direção que deseja, é óbvio que você deve tentar seguir outro caminho ou tentar algo diferente, mas muitas pessoas não têm essa flexibilidade de comportamento e simplesmente insistem em fazer a mesma coisa repetidamente. de novo.
4. Relacionamento
O rapport pode ser considerado o componente que une as pessoas. Na maioria das vezes isso acontece naturalmente, automaticamente, instintivamente. Algumas pessoas que conhecemos parecem compartilhar nossa perspectiva de vida, enquanto há outras pessoas com quem não nos conectamos. A capacidade de se relacionar com outras pessoas deve ser aprimorada para obter relacionamentos mais eficazes.
Os pressupostos da Programação Neurolinguística
Salvador Carrión (2008) diz que um pressuposto é algo que tomamos como certo, sem qualquer prova. Diz-nos que a Programação Neurolinguística não pretende que os pressupostos sejam verdadeiros, embora haja evidências bastante palpáveis para apoiar muitos deles. Tentei procurar as “evidências” que apoiam estes pressupostos, mas só encontrei uma explicação para cada um deles.
Vida, mente e corpo são um único sistema
A mente e o corpo são considerados um sistema único, cada um influenciando diretamente o outro. Por exemplo, o que acontece dentro do seu corpo afeta seus pensamentos e afetará as pessoas ao seu redor.
Você não pode parar de se comunicar
A mensagem que tentamos transmitir nem sempre é aquela que os outros recebem. Portanto, a PNL nos diz que devemos estar atentos às reações dos outros para ver se a nossa mensagem teve sucesso. Na verdade, isso pode gerar sérias dificuldades na preparação de uma mensagem, pois focar nas reações ou estar atento às possíveis consequências não é algo que proporcionará qualidade à comunicação.
Por trás de cada comportamento existe uma intenção positiva
Num vício ou mau comportamento há sempre uma intenção positiva, portanto ao encontrar a raiz desse problema e externalizar a intenção positiva, você pode passar de fumar por 15 anos a não ter essa necessidade.
Se o que você está fazendo não está funcionando, faça outra coisa.
Se você tentar uma maneira de resolver um problema e não obtiver os resultados esperados, tente algo diferente e continue variando seu comportamento até obter a resposta que procurava.
Se uma pessoa pode fazer algo, todos podem aprender a fazê-lo.
Existe na PNL o processo de modelagem de excelência. Se quiser publicar um artigo, por exemplo, você pode olhar para alguém que é brilhante em redação e imitar a maneira como ele o faz. Dessa forma, você estará absorvendo conhecimentos valiosos.
Críticas à Nova Programação Linguística
Roderique-Davies (2009) afirma que usar a palavra “neuro” na PNL é “efetivamente fraudulento dado que a PNL não oferece nenhuma explicação no nível neural e pode-se argumentar que seu uso alimenta falaciosamente a noção de credibilidade científica.”
Por outro lado, Devilly (2005) sustenta que o chamado “terapias de poder”ganham popularidade porque são promovidas, como outras pseudociências, usando um conjunto de táticas de influência social. Isso inclui fazer afirmações extraordinárias, como “uma cura em uma sessão para qualquer memória traumática”. Esses tipos de estratégias são incrivelmente desproporcional e brincam com a saúde de muitas pessoas que confiam em profissionais com suposto preparo e ética no exercício de sua atividade.
Por fim, Borgo (2006) afirma que as poucas ferramentas eficazes ou teorias mais ou menos comprovadas da Programação Neurolinguística não pertencem exclusivamente a ela e o que há de novo nela não foi comprovado empiricamente. Além do mais, o que há de novo nisso parece muito simplista ou contradiz o que a ciência diz.