4 fases da intervenção neuropsicológica e suas características

O objetivo da intervenção neuropsicológica é avaliar e reabilitar as alterações cognitivas e funcionais produzidas num indivíduo por uma lesão ou doença cerebral. Neste artigo Veremos quais são as fases da intervenção neuropsicológica. e quais os objetivos que perseguem em cada caso. As fases (ou etapas) da intervenção neuropsicológica Para realizar uma intervenção deste tipo
As 4 fases da intervenção neuropsicológica (e suas características)

O objetivo da intervenção neuropsicológica é avaliar e reabilitar as alterações cognitivas e funcionais produzidas num indivíduo por uma lesão ou doença cerebral.

Neste artigo Veremos quais são as fases da intervenção neuropsicológica. e quais os objetivos que perseguem em cada caso.

As fases (ou etapas) da intervenção neuropsicológica

Para realizar uma intervenção deste tipo devem ser seguidas 4 fases: avaliação, definição de objetivos e planejamento de tratamento, reabilitação e, por fim, generalização dos resultados.

Vejamos, com mais detalhes, em que consiste cada um deles.

Primeira fase: A avaliação neuropsicológica

A avaliação neuropsicológica constitui a primeira fase da intervenção neuropsicológica. O objetivo desta avaliação é descrever e quantificar as alterações cognitivas, comportamentais e emocionais do paciente, decorrentes da lesão ou dano cerebral adquirido.

Esta tarefa consiste em realizar uma avaliação minuciosa e exaustiva da pessoa, através da análise neuropsicológica das funções cognitivas, tanto as que estão alteradas como as que o paciente ainda mantém, bem como as habilidades de vida diária que estão preservadas e aquelas que não são.

Para tanto, é utilizada toda uma série de testes e exames diagnósticos, cujo objetivo é buscar os fatores responsáveis ​​pela síndrome neuropsicológica que posteriormente serão utilizados na construção do programa de reabilitação neuropsicológica. Mas que outros objetivos o processo de avaliação deve cumprir na intervenção neuropsicológica?

Objetivos da avaliação neuropsicológica

O processo de avaliação neuropsicológica não é apenas uma ferramenta para o profissional de saúde coletar informações, mas também uma oportunidade para o paciente e seus entes queridos se manterem informados sobre o que está acontecendo com a pessoa afetada e o que pode ser feito para melhorar sua situação. situação.

Os principais objetivos da avaliação neuropsicológica são os seguintes:

  • Descrever detalhadamente as consequências da lesão cerebral em termos de funcionamento cognitivo, possíveis distúrbios comportamentais e alterações emocionais.
  • Definir os perfis clínicos que caracterizam os diferentes tipos de patologias que provocam deterioração neuropsicológica.
  • Estabelecer um programa de reabilitação individualizado, baseado nas competências e habilidades preservadas do paciente, cujo objetivo é melhorar a autonomia e a qualidade de vida da pessoa.
  • Contribuir para o estabelecimento de um diagnóstico diferencial e preciso em determinadas doenças neurológicas e psiquiátricas.
  • Determine a evolução de cada paciente, bem como avalie a eficácia dos diferentes tratamentos.
  • Peritagem e/ou avaliação médico-legal do nível de incapacidade cognitiva e funcional da pessoa, com vista a eventuais processos de compensação e avaliação de incapacidade.

Segunda fase: Definição de objetivos e plano de tratamento

A próxima fase do processo de intervenção neuropsicológica é definir os objetivos e o plano de tratamento ou programa de reabilitação.

Um dos princípios básicos da reabilitação neuropsicológica é o facto de se basear em competências preservadas, para que possam servir de apoio ou apoio para intervir nas outras pessoas afetadas.

Com todas as informações coletadas durante o processo de avaliação, os objetivos e metas da reabilitação devem ser planejados. É importante estabelecer objetivos específicos relacionados às atividades e interesses do próprio paciente. Por exemplo, se um dos objetivos é que o paciente possa voltar a praticar o seu desporto preferido (objetivo de longo prazo), teremos que estabelecer metas de curto prazo que ajudem a alcançá-los.

Os programas elaborados devem ser individualizados e focados nas necessidades de cada paciente. É aconselhável realizar sessões individualizadas para trabalhar aspectos cognitivos específicos (por exemplo, treino de memória ou atenção), comportamentais (como agressividade) e emocionais (por exemplo, trabalhar a autoestima e a autoimagem).

Mas também devem existir sessões de grupo em que sejam testadas as técnicas e estratégias testadas individualmente, para que os resultados possam posteriormente ser generalizados para situações mais ecológicas e comuns (generalização dos resultados).

Em suma, um programa de reabilitação deve abordar os seguintes aspectos fundamentais:

  • Tratamento e reabilitação de funções cognitivas alteradas.
  • Modificação de comportamentos desadaptativos.
  • Apoio psicossocial e gestão emocional
  • Reabilitação social e laboral
  • Reabilitação cognitiva

Terceira fase: Reabilitação neuropsicológica

A reabilitação é a terceira e mais importante fase da intervenção neuropsicológica.pois é nesta fase que são aplicadas as técnicas e estratégias necessárias para reabilitar o paciente.

Na reabilitação neuropsicológica é possível distinguir diferentes tendências ou orientações, cada uma delas assumindo princípios diferentes baseados nos mecanismos neurais que estão na base das alterações cognitivas.

Abordagens em reabilitação cognitiva

Como em quase todas as disciplinas, No campo da reabilitação neuropsicológica também são utilizadas diferentes tendências ou orientações ao abordar o processo de reabilitação. Cada um deles assume princípios diferentes em relação aos mecanismos neurais subjacentes às mudanças cognitivas.

  • Restauração de funções danificadas Esta teoria postula que processos cognitivos danificados podem ser restaurados através da sua estimulação. As técnicas de reabilitação cognitiva concebidas sob esta abordagem baseiam-se na execução repetitiva de tarefas e exercícios, com o objetivo de reativar circuitos cerebrais e, em última análise, recuperar funções cognitivas alteradas.

Embora a reabilitação cognitiva através desta abordagem tenha sido útil em algumas áreas de intervenção, como atenção ou funções motoras, em processos como a memória, não há evidências de que a função alterada seja recuperada, ou seja, que haja regeneração neuronal, após o período de recuperação espontânea.

  • Compensação por funções danificadas Esta outra abordagem baseia-se no princípio de que os mecanismos cerebrais e os processos cognitivos danificados dificilmente podem ser recuperados. É por isso que a reabilitação cognitiva deve enfatizar o desempenho de tarefas e atividades que tenham um objetivo funcional, através da utilização de estratégias alternativas ou ajudas externas que reduzam ou eliminem a necessidade de requisitos cognitivos.

Esta abordagem tem se mostrado especialmente útil quando o dano cerebral é extenso ou o comprometimento da função cognitiva é significativo. Por exemplo, recursos técnicos como sistemas de voz assistidos por computador têm sido utilizados para pacientes com graves dificuldades de expressão verbal; ou o uso de alarmes e agendas para pessoas com problemas de memória, etc.

  • Otimização de funções residuais Nesta abordagem postula-se que os processos cognitivos geralmente não são completamente danificados após uma lesão cerebral, mas sim sua eficácia e eficiência são reduzidas, por isso é aconselhável desenvolver outras estruturas ou circuitos cerebrais que não sejam afetados. , para garantir o seu funcionamento.

O objetivo da reabilitação cognitiva sob esta abordagem seria, portanto, melhorar o desempenho das funções alteradas através do uso de processos cognitivos preservados, e não tanto através do uso de ajudas externas.

Áreas de atuação em reabilitação neuropsicológica

As áreas mais trabalhadas em um programa de reabilitação são: orientação espaço-temporal, atenção, memória, funções executivas, cálculo, linguagem, habilidades visuoconstrutivas e leitura e escrita.

O tratamento também geralmente inclui sessões de psicoterapia, geralmente terapia cognitivo-comportamental.e abordar o comportamento desadaptativo através de ferramentas de modificação de comportamento. Além disso, é importante trabalhar em estreita colaboração com a família do paciente, para que ela também faça parte do processo de reabilitação.

Nas fases finais do tratamento, a melhoria das competências sociais, a orientação vocacional e profissional, bem como o regresso ou reintegração na comunidade são normalmente abordados de forma mais intensa, com o objetivo de que o paciente possa desenvolver-se como pessoa e adaptar-se adequadamente às suas necessidades. ambiente social e profissional.

Quarta fase: Generalização dos resultados

A última fase da intervenção neuropsicológica é a generalização dos resultados; isto é, a capacidade do paciente de finalmente aplicar e usar o que aprendeu no programa de reabilitação em sua vida diária.

No cenário clínico, é conhecida a dificuldade que muitos pacientes com lesões cerebrais apresentam em aplicar no seu dia a dia os princípios e habilidades aprendidos nas sessões dos programas de reabilitação neuropsicológica.

Se, por exemplo, um paciente com problemas de memória for ensinado a utilizar um auxílio externo – como uma agenda – para evitar certos esquecimentos, pretende-se que ele continue a utilizar esses auxílios em casa, no trabalho ou em qualquer outro ambiente conhecido. . Isso é generalizar os resultados.

E para incentivar e potencializar esse processo de generalização, devem ser levados em consideração os seguintes aspectos:

  • Procurar incluir na concepção do programa de intervenção tarefas que visem promover a generalização dos resultados.
  • Tente identificar reforçadores no ambiente natural do paciente.
  • Use vários exemplos durante a reabilitação e aquisição da habilidade em questão.
  • Utilizar materiais e situações semelhantes aos utilizados no contexto real durante a reabilitação.
  • Faça um acompanhamento que avalie o nível de generalização obtido.

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